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The Interview: Barack Obama, China, Anonymous, Paulo Coelho e Dr. Evil, todos querem um pedaço do filme

A comédia auto-censurada da Sony Pictures não está fazendo ninguém rir, mas deu o que falar durante o final de semana. Nada menos que Barack Obama, o jornal oficial do governo chinês, o Anonymous, o escritor Paulo Coelho e até o “vilão” Dr. Evil se pronunciaram sobre The Interview.

Para o presidente americano, “nós não podemos ter uma sociedade em que algum ditador em algum lugar pode começar a impor censura aqui nos Estados Unidos”. E engrossou o tom, prometendo retaliações “proporcionais” à natureza do ataque.  Obama também lamentou que a Sony Pictures não tenha procurado o governo antes de decidir suspender a exibição do filme.

Por outro lado, o jornal Global Times, publicação controlada pelo Partido Comunista chinês, se manifestou contrário à comédia de James Franco e Seth Rogen. Embora condenem as ações dos hackers, a publicação afirmou que qualquer produção que “faça graça do líder de um inimigo dos Estados Unidos não é algo para que Hollywood ou a sociedade americana possam se orgulhar. (…) Kim Jong Un ainda é o líder do país. A degradante zombaria de Kim é apenas o resultado de uma insensível arrogância cultural”. E declara que os Estados Unidos deveriam demonstrar “boas maneiras” e não serem tão agressivos.

Se a Sony Pictures não planeja lançar The Interview em nenhum formato, o grupo hacker Anonymous promete resolver o problema de quem quer o filme da polêmica. Em uma série de tuítes publicados nos últimos dias, o coletivo hacker avisou que irá combater vazamento com vazamento e soltará o filme na Internet “para as massas”. Pedindo desculpas à Sony Pictures, o Anonymous se gaba de já ter invadido seus sistemas bem antes dos hackers norte-coreanos. A conta oficial do grupo já foi suspensa, mas eles garantiram uma “surpresa de Natal”, por enquanto identificada como #OpRIPNK (Operação Descanse em Paz Coreia do Norte).

Já o escritor brasileiro Paulo Coelho não quer que o filme seja lançado ilegalmente e ofereceu 100 mil dólares à Sony Pictures pela cessão de direitos de The Interview. O autor de O Diário de Um Mago afirmou que lançaria o filme ele mesmo e que o acordo permitiria que a empresa recuperasse parte do seu investimento (e se livrasse da responsabilidade). O escritor declarou que seu gesto era político, para combater a “cultura do medo”. Segundo ele, a Sony Pictures recusou a oferta.

E, finalmente, nada melhor para combater uma situação absurda envolvendo uma comédia do que… outra sátira. Durante o último Saturday Night Live, Mike Meyers ressuscitou seu personagem Dr. Evil, da franquia Austin Powers. O icônico vilão “interrompe” a transmissão do programa para dar uma bronca na Coreia do Norte: “vocês são um dos mais malvados países no mundo e seu ato de guerra é matar um filme?”. Para Evil, gestos como esse estariam destruindo a reputação das organizações malignas.

https://www.youtube.com/watch?v=gPAPNHbzCE4

Resta saber agora se a curta semana do Natal trará novos desdobramentos para o inusitado caso ou se as partes envolvidas darão uma trégua. Tudo parece indicar a primeira opção.