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The New York Times confirma sistema de escaneamento de emails utilizado pelo Yahoo

O jornal The New York Times confirmou a informação publicada pela agência de notícias Reuters de que o Yahoo operou um sistema de monitoramento de centenas de milhões de seus usuários a mando do governo norte-americano.

Enquanto Yahoo segue nem negando, nem confirmando os fatos, dois oficiais do governo que pediram para permanecerem anônimos relataram ao jornal como funcionou o processo e qual era o seu objetivo.

De acordo com as fontes fidedignas consultadas pelo The New York Times, a operação foi autorizada por um juiz da Corte de Inteligência de Vigilância Estrangeira dos Estados Unidos e buscava encontrar mensagens que continham uma espécie de assinatura eletrônica que serviria como forma de identificação para um grupo terrorista patrocinada por um Estado. O Yahoo adaptou um sistema interno utilizado para reconhecimento de pornografia infantil e malware para analisar todas as mensagens de todos os usuários em busca da assinatura solicitada.

A operação foi montada à revelia da equipe de segurança do próprio Yahoo, que descobriu o software em sua rede e, a princípio, atribuiu sua existência à ação de hackers. O atrito gerado pela descoberta pode ter causado o pedido de demissão de diversos funcionários da divisão de segurança, inclusive a saída de Alex Stamos, que na época era o Diretor de Segurança de Informação do Yahoo. Segundo a reportagem, o sistema não está mais em funcionamento.

Um novo comunicado do Yahoo afirma que a denúncia da Reuters é “enganadora” e que “nós interpretamos estritamente cada requisição do governo por dados do usuário a fim de minimizar a divulgação. O sistema de escaneamento descrito no artigo não existe em nossos sistemas”. Percebe-se que a empresa continua não negando a existência da solicitação ou a existência prévia da infraestrutura de vigilância revelada.