Tim Cook não está nada satisfeito com a multa bilionária que a Apple poderá ter que pagar à União Europeia. Já deixou isso claro em uma carta aberta oficial e agora voltou a tocar no assunto em uma entrevista.
Falando para o jornal irlandês Independent, o CEO da Apple foi categórico: a situação toda não passa de um “total lixo político” e acusa a União Europeia de perseguir a empresa e a Irlanda.
Bem longe do discurso apaziguador, mas firme, da carta publicada no site da Apple, desta vez Tim Cook abriu o coração e foi bem mais contundente. “Ninguém fez nada de errado aqui e nós precisamos permanecer juntos”, afirmou o executivo ao jornal. E acusou: “a Irlanda está sendo perseguida e isso é inaceitável”. Ele acredita que a multa tem fatores políticos envolvidos: “não há nenhuma razão para isso, em fato ou em lei”.
A Apple é acusada de ter sido favorecida ilegalmente pelo governo da Irlanda e que teria pago uma taxa de impostos de o.005% em 2014 e que, em consequência disso, deveria 13 bilhões de Euros aos cofres da Irlanda que precisariam ser pagos agora em forma de multa. Cook contestou veemente os números na entrevista. Sobre a taxa de 0.005%, o executivo alegou ser um “falso número” e disparou: “eu não faço ideia de onde esse número veio”. O executivo revelou: “naquele ano nós pagamos 400 milhões para a Irlanda e isso foi baseado na taxa estatutária de 12.5%”.
Cook reiterou que a Apple tem um “casamento” com a Irlanda de 37 anos e que a empresa não pretende diminuir os investimentos na região em decorrência da decisão da União Europeia. Muito pelo contrário, Cook afirmou que irá contar com o apoio do governo irlandês para contestar a multa.
