O Uber pode até ter escolhido um novo CEO para ocupar a vaga deixada por Travis Kalanick, mas isso não significa que Kalanick irá deixar barato e mostrou que ainda não é carta fora do baralho.
O ex-CEO e fundador do Uber rebateu acusações feitas pela firma de investimentos Benchmark Capital, afirma que as alegações sobre sua conduta são “fabricadas” e promete briga.
A Benchmark, uma das maiores investidoras no Uber, abriu processo contra Kalanick por sua suposta interferência no processo de escolha de um novo CEO e por sua incapacidade administrativa à frente da empresa. É uma briga de foice nos bastidores da startup e o ex-CEO enviou um documento solicitando que o caso seja removido da Justiça comum e decidido a portas fechadas em outra Corte. Ele sustenta que a Benchmark está tentando manchar sua reputação perante o público com falsidades.
Cabe agora à American Arbitration Association decidir como dar prosseguimento ao processo. A reação de Kalanick um dia depois do Conselho Diretor do Uber indicar um novo executivo para o cargo do CEO não é coincidência e corrobora os rumores de que sua saída foi menos voluntária do que pareceu ser. A movimentação nos bastidores do Uber parece apontar para um possível retorno do seu CEO original, o que iria abalar a confiança dos investidores, mas saciar os interesses de uma forte facção dentro do Conselho Diretor.
Quem apostava no encerramento do impasse de comando dentro do Uber com a nomeação de Dara Khosrowshahi, da Expedia, para conduzir a empresa para fora dessa crise, agora precisará rever suas expectativas. O novo lance de Kalanick somado ao silêncio de Khosrowshahi em aceitar a oferta são prova de que essa batalha ainda não terminou.
