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Trend Micro desvenda o submundo do crime eletrônico no Oriente Médio

A empresa de segurança Trend Micro produziu um levantamento completo do submundo do crime eletrônico no Oriente Médio e Norte da África.

O resultado desse estudo está disponível no documento “Digital Souls: A Glimpse to the Middle Eastern and North African Underground” (PDF) e revela detalhes das atividades criminosas no mercado digital clandestino da região.

A Trend Micro mergulhou fundo na análise de mercados, sites e fóruns hospedados nos países que compõem o bloco. A pesquisa também destaca os diferenciais deste mercado: enquanto um keylogger no mercado clandestino da América do Norte é vendido de US$ 1 a US$ 4, a mesma oferta no Oriente Médio e Norte da África sai por US$ 19. Por outro lado, a “irmandade” existente entre hackers da região para compartilhar conteúdo com um objetivo comum equilibra as diferenças de preços.

Segundo a empresa, a ideologia cultural e religião refletem em como o cibercrime é praticado. “Isso se traduz em uma mentalidade de ‘espírito de compartilhamento’ e aliança religiosa que transcende as transações ilícitas que ocorrem”, explica o comunicado oficial da Trend Micro.

O hacktivismo (hacking por motivos ideológicos), assim como ataques DDoS e desfigurações de sites são comuns nesta região. “Essas táticas são muitas vezes usadas por membros que desconfiam ideologicamente de países ocidentais, bem como de governos locais”, esclarece a empresa.

Os serviços de cashout (que consiste no roubo de informações relacionadas a contas bancárias) são também abundantes. É a partir dessas plataformas que itens físicos, geralmente roubados, são convertidos em dinheiro. Esses serviços são pagos com cartões bancários, Bitcoins (BTC) ou através de transações diretas em dinheiro.

Identidades roubadas são vendidas em fóruns em toda a região. A demanda por documentos de identificação pessoal é influenciada pelas tensões geopolíticas – seus compradores querem fugir das zonas de guerra ativas, por exemplo, usando estes documentos para migrar para outros países como refugiados. Uma implicação assustadora do mundo real é de uma pessoa perigosa comprar esses documentos falsos e ir para outros países se passando por refugiado.

Por outro lado, os cibercriminosos também podem comprar documentos falsos para executar fraudes de seguros ou provar o status de residente.

Ihab Moawad, vice-presidente da Trend Micro, Mediterrâneo, Oriente Médio & África afirmou: “agora contamos com uma melhor visibilidade da região, o que nos permite coletar e analisar a inteligência de ameaças para que possamos ajudar a região e fortalecer suas defesas cibernéticas. A Trend Micro continuará a monitorar os mercados regionais para capacitar nosso ecossistema proativamente e oferecer mais clareza às agências policiais, em âmbito regional e global”.