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Uber começa a operar em Salvador

O Uber iniciou hoje, desde as 14h, suas operações em Salvador, capital da Bahia. E já enfrenta forte resistência da Prefeitura.

A cidade é a décima metrópole brasileira a receber o serviço de motoristas particulares, juntando-se a Brasília, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Mas, mais uma vez, a empresa estrangeira vai ter que comprar uma briga com o poder público local e com os taxistas organizados. O próprio Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, foi claro em um pronunciamento oficial no mês passado: “eu particularmente sou contra o serviço do Uber, é preciso prestigiar a categoria dos taxistas que se submetem a regras (…). Então, essa categoria [dos taxistas] ela é vital para cidade”.

O secretário municipal de Mobilidade Urbana de Salvador, Fábio Mota, prometeu uma ação enérgica contra o Uber na capital baiana: ” O Uber é considerado um transporte clandestino e será combatido como outros transportes clandestinos que atuam em Salvador. Estamos prontos para fazer o enfrentamento, tendo em vista que o Uber não é regulamentado e não passa por uma vistoria”.

E ameaçou: “Não sabemos quem são as pessoas que dirigem para o Uber e nem se atendem aos quesitos de segurança. O único transporte desse tipo autorizado no município são os táxis. Portanto, os veículos serão apreendidos, os motoristas estarão sujeitos ao pagamento de multa e será encaminhada denúncia ao Ministério Público, pelo transporte de pessoas sem autorização”.

O diretor de comunicação do Uber, Fabio Sabba, está confiante de que a empresa opera dentro das margens da lei: “A política nacional de mobilidade urbana fala de dois tipos distintos de serviços de transporte público individual que se pode ter nas cidades: o privado, como é o caso do Uber, e o público, que são os táxis. Não se tem ainda uma regulação específica para o transporte individual privado, mas é como se fosse um motorista particular que você tem. O que o Uber faz é conectar esse motorista particular com o usuário por meio de tecnologia”.

Mas o sindicato dos taxistas de Salvador não compartilha dessa visão. Antônio Cruz Melo, que dirige a associação que representa a categoria na cidade, explica sua posição: “somos totalmente contrários, porque só prejudica a gente. Eles não pagam nenhum imposto. Já conversamos com a prefeitura, e o prefeito já garantiu que não vai liberar esse serviço. Os carros deles são melhores do que o nosso e, além disso, o preço cobrado por eles é inferior em 50%, o que nos prejudica. Por outro lado, não são vistoriados e os passageiros não têm nenhuma segurança”.