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Uber contrata segurança privada na África do Sul

Se o atrito entre taxistas e o Uber no Brasil parece grave, na África do Sul atinge o seu ápice e a empresa se viu obrigada a contratar segurança privada paramilitar no país.

Jornalistas da CNET estiveram em contato com homens de uniforme camuflado, colete a prova de balas e apetrechos de combate que davam proteção a motoristas e estavam prontos para entrar em ação ao menor incidente.

Embora o grupo de seguranças aparentemente não portasse armas de fogo, a situação está tensa na África do Sul e as hostilidades foram iniciadas pelas associações de taxistas locais que se dizem ameaçadas pela chegada do Uber. Em retaliação, motoristas que trabalham para o aplicativo tem sido agredidos ao desembarcar ou embarcar passageiros em áreas controladas pelos taxistas. O caso mais grave, onde um veículo foi incendiado com o motorista dentro, culminou com a morte do motorista em consequência das queimaduras recebidas.

“Não há desculpas para os atos de violência descritos”, protestou o Uber logo após o caso fatal. “Nós sabemos que essas ações não representam a indústria toda, entretanto, essa violência e intimidação contra aqueles que escolhem utilizar o Uber devem cessar”, completou a empresa.

Para reduzir os riscos operacionais de seus profissionais, o Uber implementou na África do Sul uma linha de emergência que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, para “ser utilizada caso se sinta desprotegido”. A linha aciona uma parceria entre o Uber e “múltiplos serviços de resposta de segurança que estão habilitados a despachar serviços médicos e de segurança em situações de emergência em um tempo reduzido”. Uma das unidades paramilitares encontradas pela CNET trazia o emblema “Empresa de Segurança Hi-Risk – Unidade de Resposta Imediata”.

Até o momento, não há relatos de confrontos entre os seguranças e os atacantes, mas os paramilitares tem cuidado da proteção de passageiros e motoristas em áreas de embarque e desembarque tradicionalmente utilizadas por taxistas, como estações de trens e rodoviárias. A orientação é que o serviço do Uber seja oferecido em um ponto um pouco mais afastado e passageiros são escoltados até o carro.