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Uber usa investigadores secretos atrás de adversários na Justiça

O Uber pode ter ido longe demais para se defender dos inúmeros processos que enfrenta na Justiça: a empresa usou investigadores secretos contra adversários legais.

Um advogado que processava o CEO do Uber por suposta manipulação de preços foi procurado por uma firma formada por ex-agentes da CIA, que fizeram múltiplas perguntas sobre sua vida.

Os operativos da Global Precision Research tentaram disfarçar suas “pesquisas”, mas há sinais de que a investigação pode ter sido ilegal. A princípio, os advogados do Uber negaram qualquer ligação com a empresa de segurança, mas acabaram admitindo sua contratação para fazer um levantamento sobre adversários que vão à Justiça contra o Uber.

Na opinião do juiz que preside o caso, essa estratégia do Uber oferece uma “base razoável para suspeitar da perpetração de fraude”. Segundo um dos documentos divulgados no processo, um alto executivo do Uber solicita por telefone a contratação da Global Precision Research para “uma investigação delicada, muito abaixo do radar”. O contrato teria custado ao Uber US$19.500 e constituiria de uma “investigação de nível 2”, dentre os três níveis oferecidos pela empresa de segurança, que afirma realizar esse tipo de trabalho com frequência para firmas de advocacia.

Embora levantamentos similares sejam comuns em lutas judiciais, normalmente são consultados arquivos públicos ou documentos online. A Global Precision Research teria entrado em contato com quase 30 pessoas procurando informações sobre o advogado rival do Uber, sempre alegando razões falsas para suas pesquisas. Para o juiz responsável, o envolvimento incorreto da firma de segurança “levanta um sério risco de perverter o processo da justiça diante desta corte”.

Em resposta às acusações, o Uber alega que contratou os serviços da Global Precision Research especificamente textualmente que as investigações deveriam ser conduzidas profissionalmente e dentro dos limites da lei, que desconhecia as táticas utilizadas e que não responde pela má-conduta da empresa contratada.