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Yahoo implora para que governo norte-americano explique sistema de monitoramento de emails

Em uma carta aberta direcionada ao diretor do Serviço de Inteligência nacional dos Estados Unidos, o Yahoo implora para que o governo explique os motivos do sistema de espionagem de emails montado no passado.

A empresa está em uma situação complicada, onde foi denunciada por ter colaborado para espionar mensagens enviadas e recebidas por todos os seus usuários, mas está legalmente impedida de dar explicações.

A solução encontrada pelo Yahoo foi o pedido para que James Clapper, diretor do Serviço de Inteligência, “ofereça esclarecimentos sobre a questão”. Em uma redação cuidadosamente preparada onde não admite em momento algum a existência do esquema, o Yahoo ainda assim, solicita a ajuda do governo para que explique o acontecido, caso tenha acontecido alguma coisa… O conteúdo da carta pode ser consultado na íntegra (PDF) por qualquer indivíduo, mas destacamos a parte crucial:

Nós solicitamos ao seu escritório que considere as seguintes ações para oferecer clareza no assunto: (i) confirmar se uma ordem, como descrita nas reportagens da mídia, foi emitida; (ii) remover o sigilo de toda ou parte da ordem, se ela existe; (iii) fazer um comentário público e contextual suficientemente detalhado para esclarecer os fatos alegados e circunstâncias.

A descoberta da estrutura de monitoramento em larga escala, o embate entre o comando do Yahoo e sua equipe de segurança, assim como suas manobras evasivas para desviar do escândalo de grande repercussão pública tem afetado a confiança da Verizon, que está em pleno processo de aquisição da empresa. Há fortes indícios de que a Verizon poderia pleitear um desconto na compra, na ordem de um bilhão de dólares, em virtude de fatos não revelados anteriormente sobre o Yahoo. Rumores mais recentes indicam que a compra pode até mesmo ser cancelada.

Embora a carta para Clapper tenha sido tornada pública nessa quarta-feira, até o presente momento, nem o diretor do Serviço de Inteligência ou qualquer outro representante do governo ou de agências de segurança dos Estados Unidos se manifestou publicamente sobre o incidente denunciado. Supondo que ele tenha acontecido, é claro.